O curso de Direito da Faculdade Cesmac do Sertão, participou no dia do I Congresso Internacional On-line do Direito Cesmac, apresentando para a comunidade acadêmica sete mesas temáticas que discutiram temas atuais e importantes para a realidade. A programação incluiu mesas de debates com a participação de professores palestrantes e debatedores.
A mesa sobre “Relações de Trabalho no Pós-Pandemia” recebeu a Profª. Ma. Evelyne Naves Maia e o debatedor Prof. Me. Walter Nóbrega. O momento discutiu questões relacionadas dos problemas causados pela pandemia de COVID-19 nas relações de trabalho, refletindo sobre a flexibilização dessas relações por meio de MP’s como um arranjo que se pretendia minimizar os efeitos da crise. Sem deixar de analisar o limiar entre flexibilizar e precarizar, como no caso da uberização e do aumento da informalidade nas relações de trabalho.
Já o tema “A Inconstitucionalide da Confissão como Requisito para o acordo de não Persecução Penal: estudo sob a ótica da garantia à não autoincriminação”, foi trabalhado pelo palestrante Prof. Me Ronald Pinheiro Rodrigues, com discussão sobre inconstitucionalidade da confissão como requisito para o acordo de não persecução penal, chamou a atenção para o retrocesso histórico da exigência da confissão como requisito para o referido acordo que, em última análise, remonta a um sistema ultrapassado que enxerga na confissão a “rainha das provas”.
Na sequência, o debatedor Gilbert Juliano de Sena Lúcio, após chamar a atenção para as injustiças históricas relacionadas à supervalorização da confissão como meio de prova, provocou o palestrante a manifestar posição sobre recentes habeas corpus concedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no contexto da CPI da COVID19, em andamento no Senado.
O palestrante Prof. Me Francisco de Assis de França Júnior falou sobre “Os Desafios de um Direito Penal Supranacional: as alegadas incompatibilidades entre o Estatuto de Roma e a Constituição da República, com debatedor Prof. Esp. Gilberto Juliano de Sena Lúcio. A mesa tratou dos desafios a serem superados para a construção de um Direito Penal supranacional. Ao apresentar o contexto histórico da adesão do Brasil ao Tribunal Penal Internacional, analisou as alegações de incompatibilidade entre a Constituição da República e o Estatuto de Roma (coisa julgada, extradição e prisão perpétua). Na sequência, o palestrante respondeu a perguntas sobre a competência do TPI para julgar condutas omissivas.
Em seguida, os palestrantes Prof. Me José Ailton da Silva Junior, Rafaella Carneiro Leal Rodrigues e Cassiele dos Santos Silva, trataram sobre “A Exigibilidade do Direito à Segurança Alimentar Mínima e o Papel do Judiciário na sua Efetivação: o caso do auxílio emergencial da COVID-19 e sua duração”. A mesa apresentou uma discussão sobre o direito à segurança alimentar como um dos elementos de garantia à vida. A temática é resultado de um estudo realizado pelas discentes Rafaella Leal e Cassiele dos Santos sob a orientação do Prof. José Ailton da Silva Junior.
A pandemia de COVID-19 trouxe à tona diversos problemas como o aumento do desemprego e da insegurança alimentar; assim as palestrantes discorreram sobre o caso do auxílio emergencial como um elemento importante para a garantia do direito a segurança alimentar, num país que possui cerca de 125 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar.
Seguindo a programação foi a vez de debater sobre “Direitos Indígenas e das Comunidades Tradicionais: conquistas, desafios e perspectivas”, com o palestrante Prof. Me Sandro Henrique Calheiros Lôbo e a debatedora Profª. Ma. Marcela Carnaúba Pimentel. A discussão apresentou uma importante discussão sobre as grandes dificuldades observadas no processo de reconhecimento dos direitos indígenas no Brasil, o que caracteriza um verdadeiro estado de coisas inconstitucional, muitas dificuldades estão relacionadas aos abusos do agronegócio.