Ação do Projeto DOADEZ reforça cadastro de doadores de Medula Óssea
A ação segue até às 16h de hoje, 07, na entrada do Campus II, do Centro Universitário CESMAC. A iniciativa é fruto do Projeto DOADEZ, voltado para a extensão acadêmica e está sendo realizado por professores e alunos do curso de Medicina. O grande objetivo é ampliar o cadastro nacional do banco de doadores de Medula Óssea, o Registro de Doares Voluntários de Medula Óssea – REDOME, pois a chance de encontrar doador compatível é de 1 em cada 100 mil pessoas. A iniciativa acontece em pareceria com o Hemocentro de Alagoas –HEMOAL.
O Projeto DOADEZ é fruto de uma pesquisa clínica-laboratorial, focada no processo da relação saúde e doença do indivíduo, da família e da comunidade com atenção interdisciplinar do cuidado em saúde, além do trabalho em saúde no contexto do Sistema Único de Saúde – SUS.
Para Lucas Rodrigues, aluno do segundo período de Medicina, “a ação tem grande importância para ampliar o conhecimento e a relação com outros profissionais de saúde. Aqui temos uma vivência prática, inclusive com a equipe do HEMOAL. Outro ponto importante é que todo esse trabalho já serviu como preparação de estudos, que foram submetidos e aprovados, para apresentação no III Congresso Acadêmico de Medicina da Instituição”, detalha.
O cadastro de doadores voluntários de medula óssea tem a finalidade de atender aos pacientes com indicações de transplante de medula óssea. Os hemocentros são os locais credenciados pelo Ministério da Saúde para realizar esse processo de quem se dispõe a ser doador. Já são mais de 4 milhões de doadores no Brasil, entretanto, é importante o aumento deste número, por conta da rara compatibilidade.
De acordo com a Profa. Dra. Gabriela Muniz, que integra a equipe de extensão da Medicina, “do ponto de vista acadêmico é de suma importância para os alunos, que já no início do curso, se deparam com o estudo de doenças raras e conseguem relacionar com os conteúdos estudados, além de tornar a aplicabilidade efetiva, fazendo correlação com a futura área de atuação, que é a Medicina”, ressalta.
A docente disse ainda, que “muitas doenças necessitam do transplante de Medula Óssea como opção terapeuta e de cura, como é o caso da Leucemia, mas outras patologias também precisam desse procedimento. Por isso, a grande importância desse tipo de ação para ampliar o cadastro. Hoje, o Nordeste é responsável pelo segundo lugar em recepção do órgão, mas em relação ao Brasil a região fica em terceiro lugar no cadastro do REDOME”.
O docente de Medicina Axel Cofré, contou que a ideia nasceu em 2005, quando ainda era aluno de graduação de Biologia, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e como a Campanha toca de forma singular, por sua mãe ter sido diagnosticada com Leucemia, passou pelo transplante e hoje está bem. “A ação é extremamente importante porque a primeira etapa de uma pessoa que tem uma doença relaciona com o sangue e as Leucemias é passar pela quimioterapia. Se a medicação não responder a única chance do paciente é com o transplante e se não encontrar alguém compatível na família, tem que buscar fora, justamente nos cadastros”, alerta.
Ainda segundo o docente, em Alagoas, só no último ano foram registrados mais ou menos 120 casos de Leucemia, sem falar nas outras doenças relacionadas com o sangue. No Brasil, corresponde a cerca de 5% de todos os tipos de câncer. Outro ponto destacado é que essa doação pode acontece ainda em vida, diferente dos outros órgãos, essa é a parte bonita de ser um doador.
Transplante
O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas e consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável. O transplante pode ser autogênico, quando a medula vem do próprio paciente. No transplante alogênico a medula vem de um doador. O processo também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical. (Fonte: https://www.inca.gov.br)
Segundo Débora Rodrigues, Assistente Social, do HEMOAL, “A parceria com o CESMAC é importante e necessária, pois a cada dia com essas ações podemos aumentar o cadastro de doadores. No ano passado foram realizados seis transplantes, este ano nós estamos em fase de captação para divulgar o número de doações. Alagoas tem uma meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, que é de 10 mil cadastros e nós nunca atingimos esse número. Portanto, ficamos muito felizes com essas ações e parcerias, aqui com futuros médicos já reforçando a relevância da prática e da essência da responsabilidade na área de saúde”, concluiu.