Medicina e Biossegurança do CESMAC falam sobre o novo Coronavírus

Especialistas chamam a atenção para a importância de manter o foco na prevenção e nos cuidados básicos de higiene, como o uso de álcool em gel 70% e máscara, quando necessário

28/02/2020 às 15h37

O alerta é geral, mas os especialistas recomendam prudência e foco na prevenção. Desde que surgiu, em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na China, o novo coronavírus vem gerando preocupação em todo o mundo.  A epidemia atual foi batizada pela Organização Mundial da Saúde como Covid-19.  A preocupação também chegou nas academias e o Centro Universitário CESMAC está trabalhando em conjunto com os profissionais da área de saúde para reforçar o alerta nas unidades de ensino.
A médica Ivonilda Maia, que também é coordenadora adjunta acadêmica do curso de Medicina, Especialista em Clínica Médica, com vasta experiência em Infectologia, atuando por 25 anos como médica infectologista do Hospital Escola Dr. Helvio Auto, destacou a importância da prevenção e da necessidade sobre a população manter a calma.

      

“É importante não fazer alarde e reforçar a cultura da higienização adequada e possível. Todos os procedimentos adotados devem ser seguidos independente do que se está vivendo com o COVID-19. Outro ponto importante é saber a fonte das informações e seguir o que preconizam os órgãos oficiais de saúde. É preciso prudência e seguir o fluxograma escrito pelo Ministério da Saúde e difundido pela Secretária de Estado da Saúde e pelos municípios. As secretárias que forma o SUS estão muito bem preparadas e treinando as entidades particulares”, detalha.   
A médica indica medidas simples e que podem ser adotadas pela população como: proteger a boca com papel toalha ou guardanapo ao tossir. Reforçou ainda, que quando utilizar o braço é importante higienizar também.
De acordo com e a presidente da Biossegurança, Profa. Cássia Roberta, a importância de manter as medidas de prevenção em todos os locais, inclusive nas universidades, deve ser, mantida e reforçada. “Temos que seguir as normas de Biossegurança, já preconizados pelos nossos manuais, visando sempre o cuidado com o nosso aluno e com o paciente. A lavagem das mãos deve ser feita de forma correta, utilizar álcool a 70%, higienizar o jaleco corretamente de forma individualizada, utilizando a solução de hipoclorito, entre outras medidas”, destaca.

 
Cenário local, nacional e internacional
O primeiro caso do novo coronavírus em circulação, o COVID-19, foi em Wuhan, capital da província chinesa de Hubei. Já foram registradas duas outras epidemias causadas pela família de vírus, uma em 2002, a Sars, sigla em inglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave, e outra uma década depois, O Mers, sigla em inglês para Síndrome Respiratória do Oriente Médio. Mesmo com o alto número de mortes provocados pelo vírus de 2019, a variação mais letal dos coronavírus foi a Mers Coronavírus, com taxa de letalidade beirando os 35%.
 A família do vírus tem origem zoonótica, ou seja, em animais, mas ainda não se sabe com certeza se essa também é a fonte da nova doença. Pesquisadores e cientistas pelo mundo já trabalham para desvendar essas e outras questões sobre esse vírus. São mais de 50 países com registro de casos do coronavírus. No último dia 25, o Brasil teve o primeiro caso confirmado, um homem de 61 anos, morador de São Paulo, que chegou da Itália na última semana.

Em alagoas, na última quinta-feira foi detectado o primeiro caso suspeito no estado. O paciente é um alagoano de 66 anos que voltou da França para Maceió no dia 11 de fevereiro, após conexão em São Paulo, apresentando quadro de dor de garganta, que evoluiu para fraqueza, dificuldade de respirar, tosse e febre. Ele só procurou o serviço de saúde privado no dia 26 de fevereiro.
 
Perguntas mais frequentes:
 
  1. O que é o coronavírus?
Coronavírus é o nome de uma família de vírus que têm formato de coroa, causam infecções respiratórias e já provocaram outras doenças, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers). A doença causada pelo novo coronavírus recebeu o nome de Covid-19.
 
  1. Como é a transmissão?
Por meio de três formas:
Vias respiratórias, pelo ar e por gotículas provenientes de espirros e da fala de indivíduos infectados;
Contato físico, como beijos e abraços;
Por meio do contato de superfícies contaminadas, como segurar em corrimão.
 
  1. Quais são os sintomas da doença causada por coronavírus?
Tosse seca, febre e cansaço são os principais sintomas, mas alguns pacientes também podem sentir dores no corpo, congestionamento nasal, inflamação na garganta ou diarreia. Nos casos mais graves, que geralmente ocorre em pessoas que já tenham outras doenças associadas, há síndrome respiratória aguda e insuficiência renal.
 
  1. Como se prevenir contra coronavírus?
Higienizar as mãos e superfícies, como móveis e corrimão, são as principais formas de se prevenir contra o novo coronavírus. É preciso:
Lavar as mãos com água e sabão ou álcool gel, mas nunca apenas com água;
Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos;
Mesmo com as mãos limpas, evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
Limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado.
Já o uso de máscaras é mais recomendado para quem estiver em contato com alguém com sintoma gripal ou para quem for viajar para áreas de risco de contaminação pelo vírus. Vale lembrar que as máscaras descartáveis devem ser trocadas a cada duas horas.
O Ministério da Saúde alerta também para que não seja feito o compartilhamento de itens pessoais, como talheres e toalhas. Também é recomendável manter a uma distância mínima de um metro de pessoas que estejam espirrando ou tossindo.
 
  1. Como é feito o tratamento?
Não existe tratamento específico contra o Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus. Os pacientes infectados recebem tratamento para aliviar os sintomas. Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento indicado é repouso e consumo de bastante água. As medidas adotadas para aliviar os sintomas são: medicamentos para dor e febre (antitérmicos e analgésicos) e umidificador no quarto ou banho quente para aliviar a dor de garanta e tosse.
O Ministério da Saúde elaborou um Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo novo Coronavírus COVID-19, organizado pelo Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública | COE-COVID-19. Acesse o link e confira o documento na íntegra: plano-contingencia-coronavirus-COVID19